Aldeia Típica de José Franco
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José Franco nasceu em 1920. Teve 15 irmãos; seus pais, extremamente pobres, eram oleiros
de profissão, fabricantes das pequenas cerâmicas que os camponeses da região utilizavam nas suas casas:
os pratos, as travessas, os jarros de vinho e água, os vasos para flores e pequenas peças de decoração,
que também ele começou a fabricar e a vender à porta da sua pequena olaria e nas festas populares e feiras,
transportando-as no burrito, que o acompanhava de terra em terra.
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Por volta de 1945 José Franco sonhou que poderia, nas horas vagas, construír ao pé
da casa em que vive e da sua oficina de oleiro um museu vivo da sua terra, uma espécie de um grande presápio,
que reproduzisse os costumes e actividades laborais do tempo da sua infância e alguns aspectos fundamentais
e actividades da vida campesina. E assim, dia a dia, a sua obra foi nascendo e crescendo. Num espaço
que tem
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cerca de 2500 m2 construiu em escala natrural um conjunto de elementos considerados fundamentais na
vida do campo: - O moinho de vento para moer o trigo. - A cozinha rural onde é oferecida a todos
os visitantes uma canequinha de vinho «moscatel». - A capelinha dedicada a Santo António. - A
azenha movida a água para moer o milho. - A oficina de carpintaria com utensílios do fim do século
passado. - A «loja da tia Helena» ou mercearia. - A cozinha saloia, em cujo forno aquecido a
lenha, diariamente se coze o pão da região, que os visitantes podem adquirir no local.
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- A oficina de ferrador de cavalos. - A adega do vinho com toda a sua utensilagem e medidas de
barro. - As cadeiras do barbeiro e dentista. - A casa do lavrador com o quarto e a salinha de
estar e, à porta, o banco de pedra onde se sentam os namorados.
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- O pequeno restaurante onde são servidos os pratos típicos da região; o caldo verde, a carne de porco
à moda das Mercês, a caldeirada de peixe e o arroz doce. A parte mais deliciosa deste
maravilhoso conjunto é constituída pelos cenários construídos em jeito e escala de presépio, com figurinhas
de barro moldadas por José Franco e que reprosuzem uma aldeia com as moradias que são cópias fieis das
casas dos arredores de Lisboa dos fins do século passado, as actividades exercidas, como as serrações
de madeira, os moinhos do cercal, o
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trabalho dos campos, com os figurantes habilidosamente movidos a água, as actividades piscatórias com
a reprodução, também em escala reduzida, da pequena vila de pescadores da Ericeira, que fica a 5 km de
distância.
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Dentro do castelo que José Franco construiu para delícia das crianças existe uma outra aldeia cheia
de figuras nas suas actividades habituais, o casamento, o baptizado, a saída da igreja rural, o trabalho
do campo. O centro deste pequeno mundo de maravilha que os turistas que visitam Lisboa
e a Costa do Estoril só agora começam a descobrir é a pequena oficina de oleiro, onde José Franco, trabalhando
na
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mesma roda artesanal que os árabes que viveram nesta região do século VIII ao século XII aqui deixaram,
vai moldando com o barro da região as dezenas das suas figuras de encanto de cerâmica sacra - e não há
«santo» que as suas mãos não fabriquem -, da cerâmica popular, representando o pastor, a peixeira, o
moleiro, o lavrador, o barbeiro, a matança do porco e todas as figuras típicas da região e da cerâmica
satírica, com os seus bacos, o bêbado, o médico, os jogadores de cartas, figuras que tanto saem do forno
onde o barro é cozido como logo são disputadas pelos coleccionadores.
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Peças de olaria do mestre José Franco
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«Artista do barro e da vida», assim se referiu a José Franco o escritor brasileiro
Jorge Amado, que sempre que vem a Portugal não deixa de visitar o seu amigo oleiro, um dos poucos homens
que, depois de realizar o «sonho» do seu mundo maravilhoso, deu graças a Deus e disse que era «um dos
homens mais felizes do mundo». Se um dia vier a Lisboa e tiver duas horas disponíveis
não deixará de visitar este pequeno reino de amor e beleza do oleiro JOSÉ FRANCO.
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