João Frederico Ludovice
Arquitecto do Magestoso e Megalómano Convento
de Mafra, ex-Palácio Real de Mafra, nasceu a 31 de Março de 1670, em Hohenhart, comemorando-se este
ano (1998) o seu 328.º aniversário. Ludovici era filho de Peter e Elizabeth Ludovice
ou "Ludwige" como vem em vários documentos. Com seu pai iniciou-se na arte de ourivesaria. No século
XVII, mais precisamente em 1698 parte para Itália, onde italianizou o nome para "Loduvisi", trabalhando
na fundição de cinzelagem na Capela de Jesus, onde os Jesuítas notaram o seu talento, o que lhe valeu
o convite para trabalhar em Portugal. Roma proporcionou-lhe ainda o contacto directo com os monumentos
barrocos e a frequência do atelier de Fontana, factos que explicam a sua futura carreira de Arquitecto
no nosso País e muito particularmente em Mafra.
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Chegou a Portugal em 15 de Setembro de 1701, contratado pelos Jesuítas para trabalhar
no Sacrário de Santo Antão em Lisboa. Pouco depois ganhou a confiança de D. João V,
ávido de novidades romanas que dessem o tom áulico às obras por si patrocinadas, daí o natural aproveitamento
para as obras do futuro "Palácio Real de Mafra"; decididas na década de dez. Quando morre J. Antunes
é integrado na embaixada de Roma. Terá contado ainda com a influência dos Jesuítas e da própria rainha,
sua compatriota. Em Mafra, Ludovici dá corpo a ideia e práticas aprendidas em Roma,
veiculando influências e colaborando na definição do gosto oficial Joanino.
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Autor parcial ou total dos planos do Megalómano Convento de Mafra, a acção de Ludovici
é inegavelmente meritória. Ele é responsável pela edificação da nova capela-mor da Sé de Évora, semelhante
à zona frontal da Basílica de Mafra, onde também foi colocado o crucifixo gigante.
Posteriormente, nos subúrbios lisboetas, constroi para si a Quinta da Alfarrobeira, enquanto na zona
do Bairro Alto edifica o seu próprio Palácio citadino em 1746, de nítido Estilo Germânico. É ainda responsável
por obras no desaparecido Paço da Ribeira, na Patriarcal e na
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Igreja de S. Domingos próximo do Teatro Nacional D. Maria II. Na década de quarenta
é feito conselheiro do Rei, dialogando vivamente com Roma, a propósito dos planos para a capela de S.
João Baptista. Era o coroamento natural de uma notável carreira de Arquitecto, reconhecida mais tarde
por D. José, que o nomearia Arquitecto-Mor do Reino.
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De todas as suas obras, a mais imponente, como, aliás, é do conhecimento geral, é o
Magestoso e Megalómano Convento - Palácio - Basílica de Mafra, mais conhecido por simplesmente "Convento
de Mafra", obra que aliás cinquenta e cinco anos depois de ter sido restaurado, se encontra actualmente
em grande reparação. "In Bibl. Robert Smith, João Frederico Ludovici, an Eighteenth Century Architect
in Portugal". Art. Bulletin, n.º 1926.
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